Por Karina Norbach
O tempo passa. E como passa! Com ele se vão antigos costumes e tradições, à medida que chegam os novos.
Se fizermos uma comparação dos dias atuais com os tempos antigos, perceberemos quanta coisa mudou, principalmente na relação das pessoas, como entre pais e filhos, por exemplo.
A cidade foi um dos aspectos que mais mudou: evoluiu ao mesmo tempo que regrediu.
Há 20 ou 30 anos, as cidades ainda eram muito pequenas, se comparadas a hoje, principalmente as de interior. As casas, as escolas e os bairros eram poucos e o comércio se desenvolvia lentamente; a maioria das pessoas morava em sítios e fazendas.
Aos poucos, essas pessoas deixaram a área rural para tentarem a vida nas cidades. Muitos se firmaram e fizeram dela seu novo lar, mas outros decepcionaram-se e acabaram voltando para seus sítios.
Muitos, ao ouvirem relatos sobre as cidades de antigamente, incomodam-se e sentem desprezo, sem saberem que essas cidades eram ótimos lugares para se viver: a criminalidade, se comparada a hoje, não era quase nada; o ambiente era menos poluído, pois não havia tantas fábricas e veículos automotivos poluidores; a porcentagem de uso de drogas era bem mais baixa; e as crianças eram mais saudáveis, pois não consumiam tantos produtos industrializados e a grande maioria gostava de brincar com os coleguinhas ao ar livre.
Na escola, o professor era a autoridade máxima e todos o respeitavam. Os alunos eram mais disciplinados, esforçados, dedicados e muito mais compromissados com os estudos.
Nesse tempo a escola não era uma obrigação. Muitos estudavam até a 4ª série, apenas, já que para muitos pais ler e escrever já bastava.
Vários alunos que moravam na zona rural enfrentavam longas caminhadas até chegarem a escola. Os que tinham melhores condições financeiras iam a cavalo.
A escola era um lugar bem simples, de madeira e com apenas um professor, na maioria das vezes. Os alunos levavam apenas lápis, borracha e uma folha de caderno, e quando não faziam os deveres ou erravam alguma resposta eram punidos. A punição mais comum era a palmatória.
Atualmente, as escolas são maiores e mais bem preparadas, bem como os professores. Já aos alunos não interessam os estudos e as brigas são freqüentes, a ponto de mortes ocorrerem dentro da sala de aula.
Essa onda de violência nas escolas está fora de controle e até os professores estão sofrendo com isso. É só acompanhar os noticiários televisivos e veremos diversas notícias de agressões contra esses profissionais da educação.
Coisas como estas não aconteciam há alguns anos.
Os tempos mudam, e com eles as pessoas, os valores e a sociedade, que evolui em muitos aspectos e regride em outros.
Os que desprezam e excluem os mais velhos, dizendo que estes são ignorantes, deveriam aprender a respeita-los e a se espelharem neles, pois se assim fosse, sem dúvidas, o mundo não estaria como está.