sábado, 1 de setembro de 2012

A chuva de si...

Crônicas de Infância
Por Leykyane Alves Souza

Estava eu, assim como todo final de tarde em meu computador olhando vídeos, cujos vídeos extravasavam o que as pessoas tinham de melhor.
Comecei vendo uma garotinha de 6 anos tocando um lindo piano Yamaha Preto, ela começa lentamente a tocar uma canção muito conhecida . Seus dedos minuciosamente deslizavam sobre as teclas, soltando um som invejável a qualquer pianista. De repente ela começa a aumentar a velocidade, transformando-se em um cavalo de corrida indomável e indócil; cada gesto se individualiza em seus dedinhos, e a menininha que começou tão meiga e dócil, própria e natural, já havia se transformado em uma das melhores pianistas do mundo.
Era como se ao som da música, ao exibir as notas, tudo criava vida, se vertiam em prazer a quem quer que ouvisse sua melodia.
Ela havia tirado de dentro de si o que o que mais gostava de fazer, enquanto sua mãe tentava acompanhar seus dedinhos, e muitas vezes nem conseguia pela agilidade daqueles dedos. Seu rosto já não era o mesmo do começo do vídeo, estava um pouco corado pelo ritmo alucinante .
A música estava já firmada em um alicerce de sentimentos, quando de repente... Bum! Um acorde perfeito, ligado por uma escala semi cromática... Encerrou-se a música!
A garotinha olha para a câmera, dá um meigo sorriso e agradece gentilmente, curvando a cabeça para baixo .
Eu, ainda um pouco hipnotizada e perplexa em relembrar seus gestos únicos, levantei-me e saí do computador, imaginando-me no lugar dela; não hesitei, sentei-me em minha banqueta ao meu simples órgão Phinker e imediatamente comecei a dedilhar algo, mas, nada se parecido com a a magnífica garotinha relampejando notas e soltando trovões

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