sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sinais de esperança

Crônica
Por Edilayne de Oliveira Arruda - III Ano B
Janeiro de 2009. Fazia um calor insuportável, procurei refrescar-me tomando um refrigerante em um café.
Assentei-me à mesa do canto esquerdo e lá no cantinho direito vejo meu professor bebendo cerveja, nunca havíamos tido a oportunidade de conversar fora das aulas. Aproximo-me dele e puxo conversa, e pela primeira vez falamos sobre o preço das coisas, e logo presumira de que teria que pagar a conta dele. Pareceu não lembrar de minha fisionomia e de repente pergunta:
Quem é você? O que faz?
Bebe um gole de cerveja, olha-me como se eu fosse uma criança desprotegida e  com ar de compaixão me pergunta sorrindo.
É possível ter esperança e ser feliz em nossos dias? Calei-me!
Desde então, percebi que ele ficou em silêncio, pensativo, após ter proferido tais palavras. Depois de um breve silêncio respondo: Sim, só depende de nós mesmos...
Perguntei-lhe: Que esperança resta para seu filho?
Meu professor se mexeu muito na cadeira por uns instantes, seus olhos brilham mais úmidos  e, de repente sofri por ter feito pergunta. Ele tenta dizer algo, mas não consegue. Levanta-se enquanto uma lágrima rebelde sai de seus olhos. Ele se afasta de mansinho.
No dia seguinte, o procuro e fico sabendo que seu filho estava se autodestruindo com drogas.
Assim, pude entender o porquê de sua desesperança, sua falta de fé. Passou alguns dias e novamente o encontro em uma igreja juntamente com seu filho e logo notei um novo olhar de esperança, pareciam recomeçar uma nova etapa de suas vidas. Algo divino! Jamais esquecerei aquela cena, e a última imagem que guardei, foi o sorriso que deu ao filho.

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