quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O negro na escuridão

Por Paulo Maia - 2 Ano B
Andando pelos becos da grande São Paulo, cuidadosamente atento a todos os detalhes olhando por todos os lados, procuro algo que chamasse mais minha atenção, porém, não esperava que em meio a tantas coisas encontrasse algo que me surpreendesse tanto. Por alguns segundos parecia que estava em um sonho, em minha mente, a realidade invadia o meu sofrimento, pois, logo notei, que na escuridão daquele beco havia um menino abandonado, aproximei-me e ele disse-me que havia saído de casa muito cedo, para que sua mãe não o visse sair.
Em poucos instantes, um transeunte se aproxima do garoto e diz a ele que sua mãe, ao notar sua falta, chorava rezando por ele e de repente, deu seu último suspiro.
O menino, sabendo da noticia, desnorteado começa a usar droga sem parar, no intuito de acalmar aquela tristeza, sua mente começa a pesar, andou para todos os lados e parou em uma esquina, sentou-se na calçada e começou a refletir como fora entrar naquela vida sem rumo e sem paradeiro, num piscar de olhos, o menino diz ouvir uma voz que lhe diz: “Você pode mudar, basta querer.” De súbito ele levanta e sai andando, mas logo um menino de aparência estranha lhe oferece mais droga. Ele olha para o menino e rejeita a oferta dizendo-lhe que  a partir daquele momento sua vida mudaria.
Dias depois retorna à sua casa e diz para seus familiares que precisa de ajuda, queria ser internado em uma clinica de reabilitação. De imediato foi aprovado em sua decisão.
Poucos meses depois ele voltou totalmente mudado, voltado apenas para a família e começa a trabalhar, construiu família e atualmente conta sua história para seus filhos e tenta recuperar os que vivem em situação de risco como ele vivia.
Ele sempre diz: Vocês podem mudar, basta querer, pois eu sou a prova de que quando queremos podemos mudar a nossa história.

Angústia no laboratório

 Por Eduardo Quirino 2 Ano B

Numa manhã de terça-feira fomos ao laboratório de informática com o objetivo específico de escrever uma crônica valendo nota de zero a 10 na matéria de língua portuguesa, a professora foi taxativa em reafirmar que seria nossa última chance, pois o ano letivo estava chegando ao fim.
Meu Deus! Que tortura! Não tenho ideia do que escrever, então resolvi falar sobre esse dia, o dia de hoje e comecei a escrever tudo o que estava acontecendo. Todos estavam produzindo suas crônicas, embora, nem todos tinham em mente o que e como começar, apesar das inúmeras vezes que a professora havia explicado e não demos importância, e, para complicar mais ainda, o dia estava muito chato para mim, pois minha melhor amiga faltou à aula, não consigo compreender, mas, sei que ela torna meus dias mais felizes. Porém, não tenho opção, tenho mesmo que inventar qualquer coisa para não ficar sem nota, então, escrevo, mas, não sei como sairá esse texto, afinal, não é qualquer dia que conseguimos fazer uma crônica, talvez tudo isso não tenha nada a ver, mas, escrevo o que vem à minha mente no momento, se tivesse ouvido a professora sempre explicando como se faz uma boa crônica! Agora percebo que não é tão fácil escrever o que acontece em meu cotidiano. Bem, pelo menos, valeu minha tentativa, e na próxima, quem sabe estarei mais inspirado para essa difícil tarefa.
Já passou mais de uma hora e finalmente minha amiga chegou, mas, nem assim fiquei melhor para a escrita, estou mesmo é tentado a entrar no Orkut, tomara que a professora não veja, talvez isso me ajude a ter uma ideia, já que ela disse que não precisa ser uma crônica muito grande, vou encerrar aqui, porém, prometo a mim mesmo que da próxima vez, prestarei mais atenção para não passar pelo que estou passando, imagine,  foi o melhor que  consegui fazer.

Amor incondicional

Por Míriam Fabiana Souza Brito - 2 Ano B
Era uma bela tarde, estava assistindo TV como de costume, começaria um novo quadro e eu estava na expectativa, pois o nome muito me interesso: “Meu grande amor”.
No inicio, vieram os participantes, entre eles,  uma linda mulher, de 25 anos, mas com várias marcas de expressão no rosto, aparentemente muito sofrida.
Ela se propôs a começar a entrevista, contando para ao público a sua história de amor, e naquele momento fiquei bastante curiosa, e com atenção ouvia cada palavra que emocionadamente ela dizia.
Contou que teve um grande amor, o mais lindo que qualquer mulher poderia ter, o amor mais puro, ela tentava segurar as lágrimas que insistentemente caiam-lhe sobre a face. Eu, perplexa comecei a pensar comigo mesma o quanto aquela jovem senhora era ingênua, ou mesmo boba.  Uma mulher tão linda, chorando  por um homem que não a merecia, talvez ela tivesse seus motivos, mas não conseguia entender tamanho sofrimento para tão grande amor.
Segundo ela, seu amado chamava-se Gabriel, nome de anjo, a apresentadora bastante interessada em sua história perguntou o que tinha acontecido pois se o amor que ela sentia era tão bonito, porque ela estava tão triste?
Ela disse que perdeu o Gabriel, que nem chegou a ver seus olhinhos, mas que o amava, mais que tudo. Na verdade o seu grande amor não se tratava de um amor entre homem e mulher, mas sim, de mãe para filho. Gabriel havia falecido assim que nasceu e ela justificava dizendo que o tempo que ele permanecera no mundo foi muito pouco, mas  o bastante para amá-lo eternamente.
Somente assim entendi a imensa dor imensa que aquela mulher sentia e cheguei à conclusão de que às vezes julgamos as pessoas antecipadamente, o que serviu-me de lição. Aprendi que primeiro devemos ouvir, para depois fazermos nossos julgamentos.

Um sábado abençoado

Por Ana Paula Oliveira da Silva – 2 Ano B
Era muito comum fazer minhas caminhadas matinais aos sábados, porém, um dia de rotina normal, mudou a minha vida e a de outro ser, aquele dia estaria marcado por Deus, tinha que ser daquela forma.
Ao passar pela pracinha próxima à minha casa, deparo-me com algo diferente dos dias anteriores, nos aparelhos de ginástica, havia alguém que me chamou atenção, um menino que ali fazia exercícios, sozinho, o que não era comum na idade dele. Curiosa, aproximei-me do garoto e perguntei-lhe o que fazia ali, ele olha fixamente em meus olhos e diz: Bom dia!
Olhei-o de pertinho e pareceu-me tê-lo visto em algum lugar antes, mas, continuei minha caminhada, porém, observando-o de longe, de repente, aproximo-me mais uma vez e pergunto a ele por que parou de malhar.
Ele responde que estava cansado e que não tinha tomado café ainda, disse a ele que isso poderia lhe fazer mal. Ele imediatamente responde: Em casa não temos nada para comer, meu pai está desempregado e minha mãe ganha mal para o aluguel.
Comovida convidei-o para tomar um café em minha casa, ele aceitou prontamente. Chegando em casa, fez aquela refeição como se fosse a primeira da semana, olhava para ele e o via como um filho, então, resolvo levá-lo em sua casa, lá seus pais disseram que não tinham mais condições de sustentá-lo, perguntaram-me se não sabia quem gostaria de adotá-lo, prontifiquei-me imediatamente, no dia seguinte, entrei com todos os papeis junto as autoridades competentes e adotei-o, hoje, esta criança é a alegria do nosso lar. Aprendi que na vida Deus tem um propósito para cada um de nós, este seria o meu e o daquela criança, exatamente naquela linda manhã sábado

Amor quase impossível

Por Camila Caetano – 2 Ano B
Era uma tarde ensolarada, temperatura altíssima, quando meu irmão e eu resolvemos sentar em frente de casa, como estávamos acostumados a fazer todas as tardes, porém, senti que aquele dia estava diferente, seria um dia especial, pois avistei algo que muito me interessou.
Naquele exato momento passou um lindo garoto em uma moto azul, percebi que ele me olhou e logo fiquei encantada pelo olhar.
No dia seguinte, toda entusiasmada fui logo contar para a pessoa que se dizia minha melhor amiga, mas, no fundo, era pior que inimiga. De imediato ela protestou e disse-me que ele não prestava, que era feio e que não valeria a pena me envolver com ele, sendo assim, desisti.
Mas, não sei como, no mesmo dia esse garoto conseguiu o número do meu telefone e me ligou, porém, tinha um problema, minha mãe estava por perto e se soubesse que eu sonhasse em namorar, me poria de castigo, então, disfarcei e não atendi e comentei com minhas amigas, que imediatamente ligaram para ele, convidando-o para irem até a casa delas que me chamaria, eu, sem saber de nada. Quando ele chegou lá, elas pediram para ficar com ele e no outro dia foram me contar. Fiquei espantada com a atitude delas, não tinha palavras para dizer-lhes mais nada. Criei coragem e disse simplesmente: Parabéns pra vocês!
Depois, continuaram juntos e eu sempre presenciando, embora de coração partido. Como o Natal estava próximo, fui suportando, pois não queria arrumar inimizade, aproximou o Ano Novo, foi quando passamos todos juntos, ele olhava-me a todo instante, minha amiga resolveu arrumar um namorado para mim, porém, nada me agradava, queria mesmo era ele, sabia que ele também amava-me.
Foi uma noite difícil, mas, resolvi dizer à minha amiga o que sentia por ele e ela chateada, foi revelar a ele, que por sua vez disse que sentia o mesmo por mim, assim, terminaram e ele em seguida pediu-me em namoro, aceitei e estamos juntos há mais de dois anos.
Estamos felizes, pois se concretizou nossos sonhos e desejos desde o primeiro dia em que nos vimos.

Férias frustrada

                                
Por Maria de Paula Santos da Silva 2 Ano B  

  Aquela seria minha primeira experiência longe de casa,  as expectativas eram enormes, afinal, iria para a cidade grande, pertinho da praia, tinha tudo para ser um passeio maravilhoso. Lá chegando, fiquei deslumbrada com tantas novidades, mas, já no segundo dia comecei a sentir falta de algumas coisas, faltava-me algo, sentia saudade de seus carinhos, de seus conselhos, de sua doçura, por mais que às vezes discutíamos. Chegava a ser estranho, sentia muito sua falta, aos poucos, parecia que estava entrando em desespero. Aquele lugar começou a ficar horrível, e, de repente, senti-me como se estivesse num deserto, embora estivesse numa verdadeira selva de pedras.
 Minha angustia foi aumentando e tudo o que fazia parecia sem sentido, tentava fazer as mesmas coisas de antes, mas nada dava certo, minha autoestima sempre irrelevante, e a cada dia que passava minhas férias tornavam-se mais dramática, por mais que as pessoas me tratassem bem, nem mesmo o conforto da bela casa fazia-me sentir melhor, havia um vazio.
 Como se não bastasse, em meio à minha intensa ansiedade, recebo uma trágica notícia: Meu tio havia se acidentado! Meu desespero aumenta e definitivamente resolvo voltar para casa.
Meus tios se prepararam para ir visitá-lo e eu, mais que depressa, candidatei-me a acompanhá-los, já que seu estado era muito grave e, o mais óbvio e interessante para mim é que indo até ele, estaria a poucos quilômetros de minha casa, assim, optaria em ficar, em vez de voltar.
Felizmente meu tio melhorou e minha angústia estava chegando ao fim. Em instantes, minha alegria voltou e novamente começava a sentir-me segura e ao mesmo tempo livre. Dali mesmo retornei para casa e fui matando a saudade do meu quarto, da sala, da cozinha e, principalmente da pessoa que mais esperava ver, quando fui me aproximando, meu coração batia mais forte e rápido, minhas mãos  foram esfriando e suando ao mesmo tempo. Corri para seus braços, abracei-lhe bem forte, não queria mais soltá-la, pois, tive a impressão de que se eu a soltasse, meu mundo se desmoronaria novamente. Da tragédia, emergia a minha mais pura felicidade e segurança, por isso, declarei, verbalizei com todas as letras e com grande emoção: Mãe nunca mais quero ficar longe de você. Mamãe, eu te amo!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Tarefa Difícil

Por: Nágila Pereira 2 Ano B

            Penso... Ando olho, respiro, assento-me, levanto-me, como ,bebo, repenso, olho ao meu redor novamente, mas não dá, não consigo, não vai! Não consigo fazer uma simples crônica que conte meu cotidiano, ou de outra pessoa ou algo relacionado a isso. Pois há tantas coisas que acontecem ao longo do nosso dia a dia, que fica difícil escolher um tema e escrever pelo menos, e de preferência uma bela crônica.
            Sei lá, há tanta coisa para falar, esta é minha grande dúvida! Em que falar? Futebol? TV? Violência? Crianças? Palhaço? Drogas? Viagens? Polícia? Política? Leis? Escola?  Classe social mais baixa ou mais alta? Sinceramente, tenho muitas dúvidas, por isso não sei o que escrever. 
            Penso na primeira hipótese de um texto. Estou sentada, ou melhor, olhando o pôr do sol tranquilamente, vendo aquela maravilha de natureza, mas de repente ouço um zumbido,e rapidamente olho à minha direita e vejo uma enorme abelha vindo em minha direção, saio correndo desesperada com grande medo e evito uma picada de abelha. Acabo desistindo da primeira hipótese.
            Passa-me pela cabeça, falar da vida pessoal de minha vizinha, mas melhor não, ia ficar complicado para meu lado ficar falando da vida alheia. Pois, sei lá se uma dia ela não me acaba lendo a bendita crônica, ela vai sacar na hora que estou falando dela. Então, melhor deixar quieto, deixar assim como está, vai ser melhor para mim mesma.           
            Levanto-me e novamente ando de um lado ao outro, penso, observo e respiro, até, quem sabe uma bela crônica vir à minha mente. Para, finalmente escrever e entregar à professora de português.

Uma chata segunda-feira

Por Jéssica Brito 2 Ano B

Todos nós sabemos. Ninguém gosta da “bendita” segunda-feira.
É ela que sempre me causa os maiores transtornos, foi naquele dia que acordei atrasada para a aula, sai correndo para o banheiro,  joguei rapidamente uma água no corpo, vesti o uniforme,  peguei a mochila, abri a porta às pressas e quando fui calçar o tênis, o maldito cachorro do vizinho ia carregando um dos pés, corri atrás do cachorro, peguei o tênis todo babado, calcei assim mesmo e fui para escola.
 No meio do caminho, faltando poucos minutos para as 7:00 h, meu celular toca, era meu namorado. Atendi com todo carinho: Bom dia amor! Ele todo sem graça responde: Bom dia! Liguei só para falar que quero terminar com você.
Maldita segunda-feira!! Pensei. Meu dia acabou a partir daquele momento. Fiquei meio triste, mas não podia fazer nada, continuei andando e bem rápido para dar tempo de assistir a primeira aula.
Cheguei, o portão estava se fechando, entrei correndo, assentei-me aguardando a professora chegar.
Ela entra na sala, dá um bom dia a todos e senta em sua mesa. Começamos a falar sobre faculdade, até que ela se vira para mim e pergunta: Jéssica, e você, que curso pretende fazer? Eu toda empolgada respondo: Odontologia. Ela abriu um belo sorriso e disse: “Parabéns! boa escolha”. Então, disse a ela: Professora, quando você estiver bem velhinha, vou adorar colocar uma prótese em você. Ela novamente abriu um sorriso, colocou a mão nos seios e disse-me: Vou adorar colocar prótese com alguém que foi minha aluna.
Ai meu Deus! Tinha que ser segunda-feira! Será que ela não sabia que a prótese seria na boca e não nos seios? Realmente, aquele não era o meu dia, até isso tive que suportar naquela manhã!


domingo, 16 de janeiro de 2011

Confusa teoria

CRÔNICA
Por Rodolfo Pereira 2 Ano B
Estou encabulado com a tarefa de fazer uma crônica, afinal, por mais que a professora explicou, não consegui entender muito bem, daí, veio-me uma ideia de  criar uma situação do cotidiano, porém, com ela mesma como personagem principal.
Até hoje, quando lembro, acho engraçada aquela situação. Para minha sorte, ela não riu e até achou normal, porém, confesso que depois do caso resolvido, senti-me um perfeito idiota.
Minha professora de português era ótima, sabia que poderia contar com ela, então, quando me vi em apuros para apresentar um seminário de geografia, foi a ela que recorri, era sobre a teoria de Ratzel.
Talvez por não ser dos mais atenciosos da sala, ao pegar com a professora de geografia minha parte na discussão, lá estava: Teoria de Ratzel. O que me veio à cabeça? Descobrir o que significava exatamente essa palavra. Corri para os dicionários, olhava por todos os lados e não encontrava, as horas iam se aproximando e eu ali, aflito sem saber o que fazer. Cansado de procurar, tentei uma segunda opção. Imaginei! A professora de Português vai poder me ajudar! Peguei o dicionário e o caderno e fui procurá-la. Ela estava em aula, interrompi, chamei-a à porta.
Ela, que não gosta de perder tempo na sala de aula, olhou com ares de quem tinha pressa, fui logo dizendo: Professora, o que significa a palavra Ratzel? Ela estranhou a palavra e disse-me. Deixe-me ver o contexto. Apresento-lhe o livro e ela dá um leve sorriso e diz: Rodolfo, Ratzel é um teórico, alguém que defendeu uma ideia, uma teoria, não se trata de palavra e sim de um nome próprio. Meus Deus! Como fiquei desapontado! Era muita burrice de minha parte. Mas, ela não achou isso, pelo contrário, na hora do recreio foi pesquisar a tal teoria e levou até minha sala, eu já estava lá na frente, pronto para apresentar. Fui salvo naquele exato momento.
Uma coisa aprendi, nunca mais esquecerei a teoria de Ratzel, aliás, faço questão de colocá-la aqui: A teoria de Ratizel foi influenciada pela teoria da evolução de Charles Darwin. Essa corrente de pensamento definia a geografia como uma ciência que estuda as relações entre elementos heterogêneos na superfície terrestre, tanto os naturais quanto os sociais. Mas ele foi também o primeiro a propor a constituição de um ramo da geografia especificamente dedicado ao estudo do homem na sua interação com a natureza, ao qual ele denominou "antropogeografia". Assim, Ratzel é considerado por muitos o fundador da moderna geografia humana, sendo responsável também pelo estabelecimento da geografia política como disciplina
 Após essa observação acabei entendendo que isso é apenas teoria e não uma palavra. Com essa teoria ou com essa explicação, consegui aprender e até explicar aquela e outras teorias. Valeu professora! Se até agora, tenho que agradecer alguém por muitas explicações na sala de aula e fora dela, devo agradecer a ela. Isso sim é professora!

Visita aos parentes no interior de Minas Gerais

Relato pessoal

Por Caio Vieira – 2° ano B

Outubro de dois mil e dez, uma cidadezinha no interior de Minas Gerais pertencente ao triângulo mineiro: Prata, cuja cidade, mais que monótona com pouquíssimas pessoas caminhando pelo centro, fui observando cada detalhe, logo notei que as casas não eram de uma época recente, pois a arquitetura era arcaica, o período não sei.
Havia na praça principal uma escultura do esqueleto de um dinossauro, creio que deva ser o ponto turístico principal daquela cidade e as ruas eram quase desertas, o solo  montanhoso,  muitas subidas e descidas com algumas casas em cima de morrinhos, achei tudo muito lindo.
Finalmente chegamos ao destino, era uma casa velha, tão antiga quanto as demais, porém, mais conservada, havia pouco tempo que tinham reformado.  Ao descermos do carro, logo avisto uma mulher gorda, cabelos grisalhos e longos, vestida em uma saia meio longa, caminhando vagarosamente. Em uma de suas mãos havia uma muda de planta e na outra segurava uma sacola com algumas compras. Quando ela nos viu, imediatamente parou de caminhar e nos olhou com espanto, surpresa com nossa presença, olhou cuidadosamente para nós, abraçou-nos e chorou.  Naquele exato momento, senti muita pena por ver aquela velha senhora tão emocionada ao ver seus sobrinhos depois de quinze anos.
Adentramos à casa, na primeira sala vi um sofá bem no cantinho, com um forro vermelho, logo em seguida entrei na sala maior, ali havia três sofás e uma estante com uma televisão e um telefone, naquele momento fiquei aliviado, pois via à minha frente uma televisão, assim, teria algo para fazer naquele lugar, fiquei estático por alguns instantes, planejando o que faria naqueles poucos dias que passaria ali.
 Ela nos chamou para a varanda, fomos andando devagar, a casa era muito grande e comprida,  de repente, avisto uma mesa com seis cadeiras, e  cada um de nós tomamos um lugar e nos sentamos.
Ao poucos, iniciaram um diálogo, começaram a falar do passado, histórias que só Deus sabe se é verdade, algumas delas, não acreditei e logo uma contestei. Falaram que no Prata, no morro mais alto da cidade havia um vulcão, naquele momento não pude ficar calado pois sabia que não era verdade, tinha estudado isso com minha professora de geografia e ela havia me dado toda a garantia que no Brasil não tinha nenhuma hipótese de se ter vulcão, expliquei a eles, mas não se importaram. Disseram que Prata é a cidade onde tudo é possível, fiquei indignado com aquilo, mas tudo bem.
Logo senhora tia foi para a cozinha, e em seguida volta com pão, refrigerante e manteiga e olhando para nós disse: “Vocês têm que comer”.  Dissemos que não era necessário, pois tínhamos acabado de comer na estrada, mas ela insistiu, e como seus pãezinhos estavam irresistíveis aceitamos e até hoje lembro-me perfeitamente do gosto daquele delicioso refrigerante, cujo nome era: Refrigerante Mineiro. Quando a senhora suspeitou que  estávamos alimentados, falou que tínhamos que ir visitar um outra pessoa que morava um pouco distante de sua casa, tratava-se de sua irmã, então, aceitamos o convite e fomos.
Novamente, passei a observar cada detalhe da cidade Durante o percurso. As ruas eram  estreitas, algumas delas, cabia somente um carro de cada vez, as principais eram um pouco mais largas, à caminho vi várias casas que me recordavam direitinho as aulas de história e  artes.
D repente, a senhora nos avisa: “Nesta rua mora a tia de vocês”, reparei que estávamos em um morro, onde havia apenas árvores e pasto, parecia estranho. Ao chegar, minha tia estava a uns oito metros abaixo da rua, uma casa com muros muito altos, totalmente fechada; tocamos a campainha, e ao interfone uma pessoa responde e em seguida aparece à porta. Um senhor de meia idade, barriga saliente, poucos e grisalhos fios de cabelos, vestindo bermuda e camiseta.
Quando nos viu tomou um susto e nos convidou a entrar, logo vejo uma mulher idêntica a senhora que havia visto ao chegar a cidade e fiquei espantado com aquilo, mas me conformei,  pois as duas eram irmãs.
Passei a observar os detalhes da casa, havia ali, um grande número de miniaturas de vários objetos, olhei para minha mãe e ela balançou a cabeça negativamente, olhei para meu pai que fez o mesmo gesto, sabiam que eu queria algo proibido, mas, a senhora de cabelos grisalhos  notou minha angústia e pediu a sua irmã que me desse um daqueles objetos, mas ela disse que não poderia dar, pois eram peças raras,  um pedaço da vida dela, justificou dizendo que  tinha muito amor por todos eles, embora fosse mais de trinta peças. Fiquei chateado, pois ela tinha muitos, mas, permaneci  calado.
            Desisti, mas queria ver logo a tão falada coisa que tinha em cima da gruta, na casa dela, todos conversando não paravam um minuto se quer, comecei a ficar impaciente,  pois queria conhecer logo. Num determinado momento, uma pessoa se levanta e vai em direção à cozinha, fui atrás, queria conversar algo diferente, quando entro na cozinha deparo-me com mais coisinhas pequeninas, mas não estava mais interessado naquilo, queria ver a gruta.
            Finalmente, uma das senhoras dirige-se à cozinha com minha mãe e aproveitei para dizer que queria ver a tal gruta, estava ansioso, queria conhecê-la logo.
 Rapidamente a senhora pegou um molho de chaves e pediu a todos que lhe acompanhasse. Na entrada vi um portão de ferro com uma cruz ao alto e uma placa indicando os horários de visitação, após subir a escadaria vejo uma casinha bem pequena cheia de muletas e  cadeiras de rodas, depois avistamos uma mina de água, um lugar muito bonito, segundo disseram,  a nascente desta mina era encanada, bem na bica tinha uma pequena casinha com a imagem de nossa Senhora Aparecida com uma vela acesa ao lado, começo a perceber  porque aquele lugar era tão comentado.
            Olhei para cima da gruta e vi uma cruz, quis subir aquelas escadas para ver o que era, quando subi,  vejo uma linda igreja sobre a gruta, um lugar abençoado por Deus, onde muitas pessoas que passaram por ali e por uma questão de fé foram curados, fiquei admirado com tanta beleza, a senhora minha tia cuidava de tudo aquilo com a ajuda do neto, tudo muito limpo e organizado. No interior da igreja havia várias imagens e ela sabia o nome de todos, ficamos deslumbrados com o lugar, ela explicava tudo, contava histórias e nos pediu para nunca nos esquecermos de Deus.
Finalmente passou minha ansiedade, pois conheci o tão famoso lugar.  Na hora de ir embora, fiquei triste,  pois não queria sair daquele lugar que passava uma tranquilidade imensa,  não queria ficar longe daquelas coisinhas pequeninas e peludinhas que eram os cachorrinhos dela, tentei pedir mas sem chance, ela era mesmo muito apegada a eles, como se fosse um membro de sua família.
Na hora da despedida minha tia nos convidou para jantar, mas já tínhamos combinado o jantar na casa da outra tia, porém, marcamos tomar o café da manhã no horário da saída, pois somente assim comeríamos seus deliciosos quitutes, que só ela mesma sabe fazer.

Meus oito anos

Crônica
Por Karina Norback
Ah! Meus oito anos!!!
Que saudades daquela época! Daquele tempo que não volta mais.
Meu Deus! Como era bom quando chegava à tardezinha e eu saia de casa em casa convidando os amigos pra jogar bola na rua. Não havia preconceitos, eram meninos e meninas, tudo junto mesmo.
Minha cidade era ainda bem pequena e a rua de minha casa era bem deserta, quase sem movimento e a gente podia brincar sem medo dos carros ou outros perigos e durante as brincadeiras, prestigiávamos o voo rasante das araras e periquitos que cantarolavam ao entardecer e assistíamos a solene marcha dos cavalos guiados por seus condutores. Antes mesmo de amanhecer, já ficava esperando pela tarde, ansiosa pelas novas brincadeiras. Chegava da escola e ia correndo brincar, saltitando de felicidade. Minhas brincadeiras preferidas eram: queimada, pega-pega e elefante colorido, dentre outras que já não existem mais. Como era bom! Que dias gloriosos e horas preciosas!
Enquanto a criançada brincava, os pais também se reuniam em frente a casa de uma das crianças e aproveitavam para conversar enquanto davam uma “olhadinha” nos filhos. Detalhe, essa reunião familiar era revezada de maneira que a cada dia um visitava o outro. Aquilo sim era qualidade de vida, as pessoas tinham tempo para jogar conversa fora.
Mas, o tempo foi passando e eu crescendo e assistindo atônita ao progresso de minha cidade que crescia assustadoramente e de repente, fomos perdendo de vista os pássaros, os carros foram tomando o lugar dos carroceiros e com isso, as ruas ficaram movimentadas e os pais diziam que era perigoso brincar na rua, já não autorizavam mais, também, a gente não queria mesmo, acho que era porque estávamos crescendo também.
Enquanto Tangará da Serra ia se apresentando de cara nova, alguns amigos iam se mudando e aos poucos fomos perdendo contato, outros, fizeram novas amizades e hoje, raras vezes, os que ficaram se veem, pois agora não temos mais tempo para brincadeiras, os tempos mudaram e nós crescemos e as responsabilidades aumentaram, virou tudo uma chatice e podemos perceber que as crianças de 8 anos não brincam mais como brincávamos, são sedentárias e acreditam que um computador é divertido, é uma pena que não usufruíram e nem usufruirão das delícias que vivemos.
Agora, chego em casa cansada de fazer nada, durmo tarde e acordo cedo e passo a maior parte do tempo sozinha, mas, no fundo eu gosto! É o jeito aceitar. Resta-me lembrar do tempo em que tinha oito anos e ficar feliz com o crescimento e progresso de minha bela cidade e dizer que ainda tenho o privilégio de ver pelo menos um bando de periquitos emitindo sons em pleno centro da cidade, e com tristeza dizer que em nome do desmatamento e queimadas, os tangarás que deu origem ao nome da minha querida cidade já não existem mais.