Relato pessoal
por Marta Oliveira Silva - 1º ano
Quando eu era ainda criança, com mais ou menos três anos de idade, fui morar em Barra dos Bugres, mas na zona rural, no sitio. Lá meu pai plantava de tudo, inclusive banana, pois esta era para o autossustento da família, cuja venda era feita na feira do produtor.
Lembro com saudades que no sitio tinha um rio muito bonito, parecia uma praia, pois era raso e a água era azulada, onde íamos tomar banho e pescar e pescar lambaris diariamente, enquanto meu pai ia para a roça trabalhar, à tarde, quando chegávamos em casa, minha mãe havia feito um delicioso pudim que nós comíamos com muito gosto e depois íamos para a roça buscar meu pai. Como era boa aquela vida!
Estudávamos na escola Júlio Muller e tínhamos que andar uns dois quilômetros até chegar ao ponto de ônibus, depois percorríamos vários quilômetros até chegar na cidade. Depois da aula, voltávamos cansados, mas, muito felizes, essa era a nossa rotina.
Ah! Lá no sítio meu pai tinha muitas cabeças de gado e cada um de nós tínhamos uma vaquinha também, nós dávamos nomes a elas, a minha chamava-se malhada, a da minha irmã mais velha amarelinha, a da minha irmã mais nova Tereza, a de minha mãe acinzada e meu pai ficava com bezerros das vacas. Assim levávamos uma vida simples, mas muito divertida. Só, que existia um porém, as terras não eram nossa e um dia tivemos que sair de lá.
Foi muito triste desfazer de tudo, deixar tudo aquilo para trás, mas, felizmente, com o dinheiro do leite e das bananas que meu pai vendia na feira, comprou uma casa em Tangará da Serra, cidade promissora, segundo meu pai.
Tivemos que nos adaptarmos a um novo modo de vida e já faz dez anos que estamos morando nesta bela cidade e nunca mais voltamos para Barra dos Bugres, porém, confesso que sinto saudades do velhos tempos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário