Relato pessoal
por Karina Norbach - 1º ano
Eu tinha nove anos. Exatamente nove anos, quando mamãe me deu uma ótima notícia!
Estava preparando-me para ir à escola quando minha mãe chegou com um papel. Eu sabia ler, mas, por mais que esforcei-me, não entendi nada que estava escrito nele.
Até que minha mãe disse sorrindo, o significado daquilo: ela estava grávida!
Foi uma surpresa enorme para mim. Havia esperado tanto por isso! Eu era filha única e sentia-me sozinha, vendo meus colegas brincarem com seus irmãos. Queria partilhar disso também, sentir essa emoção. E agora, isso se tornava possível.
A notícia da chegada de um novo irmão mexeu comigo. Logo, sentí-me mais madura, mais responsável. Fiquei dias e dias imaginando como poderia haver um serzinho minúsculo dentro da barriga da minha mãe. Vida dentro de vida! Perguntei a ela que me contou a história da cegonha. Achei meio estranha e não acreditei muito, pois sabia que o bebê encontrava-se dentro da barriga dela, e não no bico de um pássaro.
Ela retrucou, dizendo que logo, logo eu descobriria.
Cada dia que passava eu ficava mais ansiosa, e acompanhava-a em todos os momentos . Estava com ela quando ia fazer as ultrassonografias, comprar as roupinhas e, a cada dia, eu deitava minha cabeça sobre sua barriga, na esperança de ouvir algo. Não escutava nada, mas era como se eu tivesse em contato com meu futuro irmão, e aquilo me fazia muito bem.
O tempo foi passando, e eu, cada vez mais, queria mostrá-lo aos meu amigos. Mostrar a eles o meu irmão. E a barriga de minha mãe ia crescendo. Com três meses de gravidez já sabíamos que seria um menino. O médico da minha mãe afirmou que teria 80% de chances! E aquilo me fez quase pular de alegria, pois era exatamente um menino que eu queria.
Em uma tarde, minha mãe chamou-me e nos assentamos. Ela pediu-me para ajudá-la a escolher um nome para o bebê.
Procuramos em livros e revistas e decidimos escolher João Pedro, aproveitando que Pedro era o segundo nome de meu pai.
Depois de muito esperar, enfim, chegou o grande dia!
Eram quase sete horas da manhã e eu estava indo para a escola quando minha mãe deu-me um forte abraço. Meu pai abraçou-me, também. Percebi que estavam nervosos. Com certeza a ansiedade para conhecerem o filho aumentava a cada segundo. Fui para a escola rezando para que tudo desse certo. E deu!
Meu irmão nasceu forte e saudável e eu, claro, fui correndo conhecê-lo. A caminho do hospital, ficava imaginando qual aparência ele teria. Mil e uma coisas vinham à minha mente!
Chegando ao meu destino, fui correndo para o apartamento onde mamãe estava. Confesso que achei meu irmão estranho, tão pequenininho e roxinho!
Mas, minha mãe logo explicou-me que isso se dava por ele ter acabado de nascer.
Depois de alguns dias no hospital, ele foi conhecer sua casa. Foi tudo ótimo! Cada dia que passava eu admirava mais e mais a capacidade dele em aprender as coisas, e fui amando-o cada vez mais.
Hoje, a cada dia que passa estamos mais unidos. Brincamos, nos divertimos, nos ajudamos. Às vezes brigamos, mas isso é normal! Todo irmão briga! Brigamos e logo fazemos as pazes.
Sei que sempre nos ajudaremos, aconteça o que acontecer, e nunca esquecerei o que significou, para mim, ter um irmão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário